Comprimento de arco (curvas dadas por equações paramértricas)

 

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Dedução da fórmula para comprimento de arcos

Observação 1

Exemplo 1

Observação 2
Exemplo 2 Exemplo 3 Exemplo 4  

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Dedução da fórmula para comprimento de arcos

Seja uma curva dada por equações paramétricas contínuas

tais que t1 ¹ t2 Þ

( x( t1), y(t1) ) ¹ ( x(t2), y(t2) )

(não queremos repetir trechos da curva)

 

Vamos determinar (ou melhor,definir) o comprimento L da curva:

Tomemos números t0, t1, ..., tn tais que

a = t0 < t1 < …ti-1 < ti <... tn = b e pontos sobre a curva  Pi = ( x(ti),y(ti) ), para i = 1,...n.

O comprimento da linha poligonal

é uma estimativa para L, e tomando-se pontos Pi cada vez mais próximo uns dos outros espera-se que este comprimento se aproxime cada vez mais de L . Isto é, indicando a distancia entre Pi-1 e Pi por d(Pi-1, Pi ) temos

L @ d(P0, P1 ) + d(P1, P2 ) +… + d(Pn-1, Pn )

Da geometria analítica temos,

Supondo que cada uma das funções y(t) e x(t) tenha derivada contínua, pelo teorema do valor médio para derivadas, em cada intervalo [ti-1,ti ] existem a i , b i Î [ti-1,ti ] tais que x(ti) - x(ti-1) = x´(a i).(ti - ti-1) e y(ti) - y(ti-1) = y´(b i).(ti - ti-1)

Indicando D ti = (ti - ti-1) temos

Então,

Como y´(t) e x´(t) são contínuas,

Observação 1: Se v(t) é o vetor velocidade da curva parametrizada então 

Isto é   "a integral do módulo da velocidade é igual  à
distância percorrida" 

 

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Exemplo 1: Use integral para calcular o comprimento do círculo de raio 4 e centro (1, 2).

Sejam as equações paramétricas do círculo

Com estas equações não há repetição de trechos da curva

 

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Observação 2: O comprimento da elipse (que não seja círculo) não pode ser calculado de forma análoga pois para a2 ¹ b2 a integral

não pode ser representada usando funções elementares.

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Exemplo 2: Esboce e calcule o comprimento de arco da curva de equações paramétricas

Temos,

Usando apenas  estas informações temos  a seguinte representação gráfica para a curva

Pela maneira como a curva é descrita pelas equações, vemos que não há repetição de trechos. Logo,

Usando a fórmula

Temos

Então de acordo com o sinal de cos(t/2),

A figura a seguir apresenta esta curva  de forma mais exata.

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Exemplo 3: Esboce a curva e calcule o comprimento de arco do laço da curva de equações paramétricas

Temos,

De acordo com as equações (*),

Calculando a auto-intersecção:

Sejam t1 < t2 tais que x(t1) = x(t2) e y(t1) = y(t2).

x(t1) = x(t2) Þ (t1)2 +1 = (t2)2 +1 Þ t1 = ± t2 Þ t1 = - t2 .

t2 = 0 Þ t1 = t2 (não serve!).

.

Temos,

Esboçando a curva com estas informações

 

Calculando o comprimento do laço

Como t2 +1 é positivo para todo t,

Segue a representação da curva mostrando sua concavidade

 

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Exemplo 4: As equações paramétricas a seguir dão a posição de uma partícula em cada instante t, durante o intervalo de tempo 0 £ t £ p .

a) Calcule a distancia total percorrida pela partícula.

b) Verifique se há trechos da trajetória que são repetidos durante o movimento.

c) Esboce a trajetória e calcule seu comprimento.

a) Basta aplicar a fórmula do comprimento de arco no intervalo 0 £ t £ p (se houver repetição de algum trecho, deve ser contabilizada).

De acordo com o sinal de sen(t).cos(t), temos

Com a mudança de variável z = sen(t) temos,

b) Vamos determinar valores de t tais que t1 < t2 e (x(t1),y (t1)) = (x(t2),y (t2)):

Das equações (*) temos,

.

Então nos instantes t2 e t1 tais que t1 Î [0, p /2] e t2 = p - t1, a partícula ocupa a mesma posição.

Concluímos que após t = p /2 a partícula repete (retorna) a mesma trajetória descrita até este instante.

c) De acordo com b) só precisamos trabalhar com t Î [0, p /2]. Com as equações (**) temos

 

 

Esta trajetória é de fato um segmento da reta y = (1-2x)/2 (tente verificar!)

De acordo com o que foi discutido antes, o comprimento da trajetória é igual à metade da distância percorrida pela partícula, ou seja,

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